quinta-feira, 20 de maio de 2010

Percepção


Das percepçôes sinto cada gota caindo em um espaço nunca observado

Sinto em meio ao caos uma paz ensurdecedora ...

Nunca estive só,percebo cada pedaço interagindo com tudo que vejo

Ando lado a lado entre as pernas que transportam minha existência imposta

O tempo contado em mãos tortas que subtraem as somas ,somando perdas...

Nego-me ser sombra do meu próprio ser...

Sou "Ser"...

Resgatando o formato imperfeito , inacabado, plenamente capaz de lamber o sangue de suas próprias feridas.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Oferenda


O sorriso que constrange os olhos que ainda sonham
Cubro os espelhos para aliviar a dor
Dormente a língua,o corpo ,as mãos
Anseio pela morte do corpo que teima em ser
Nela espero conforto de sonhos reais ,vejo apenas mentiras expostas em pratos floridos
Retorce o corpo ,para que ele ande em linha reta
Sombra de sonhos ...

Brasa que queima em oferenda para manter corpos

Aquece e morre enfim.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Caminhos



No corpo duas vidas
Renascer aos vinte e sete
Senhora debutãnte
Caminhos contrários aos ventos
Nasce o sol que traz a menina
A lua abraça o sonho perfeito
Sou sol e sou lua
Sou dona
Sou alma
Peito arde sem o ar da noite
A pele morre sem o calor do sol
Relógio de horas contrárias
Rasga a cortina do tempo
Linha que corta a carne e separa almas

Crua



Sinto fluir o gosto dos dias negados
Delimito o caminho das flexas
Devolvo o sal que queima a lingua
Faço minha coroa com meus próprios espinhos
Na ferida sinto o sangue quente
Olho fixo para o sol e a boca sorri
Defloro minhas virtudes fantasiadas
Arranco da pele arames coloridos
Me vejo crua e contemplo a cor da carne
Refaço sonhos ,mudo caminhos
Descubro o novo ângulo a cada queda
Feliz por ser humana
Reaprendo a nascer todos os dias...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aprendiz



Reverencio os cabelos de algodão
Caminhos mapeados por tuas linhas
Faz-me sentir a quentura do beijo doce
Vê através das cortinas a criança já crescida
Retomo o calor da casa
Barganho com o tempo

Cabe agora o segundo perfeito
Nele saboreia cada gota .
Perde-se corpo e ganha-se alma
Tens agora a doçura da tua infância
Se faz o gozo no olhar inocênte
Tecem sua estoria com perfeição
Sábios, oferecerem colo
Esquivando-se do arrogânte olhar
Dos frutos agora crescidos ...
.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Razões



Não questiono mais a chuva que cai
Arranco a roupa e banho toda a pele
Reconheço meu reflexo em tua íris
Teu grito derruba meu pudor e o corpo responde
Corpo fincado ao seu eternizam cada segundo

Escreve teu nome no branco da pele
O corpo cansado ainda tem fome
A boca pede mais.
Prende meus olhos nos seus para que não fujam
Força das mãos em meus cabelos
teu corpo sente o meu calor
E ele responde
Fiz-me Eva em tua pureza

Sentimos todas as estações
Tremores e calores se manifestam
O corpo fala e a alma sente paz
 
 

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pretexto



Busco entre linhas minha rota
Liberto meu corpo sem medo
Pensamentos livres
Criança liberta de conceitos

Nas mãos as chaves de todas as portas
Viajo entre mundos e sonhos
Não tenho sexo nem raça
Desenho arco-íris e mergulho
Tenho o mundo sem fronteiras
Minha nacionalidade é universal
O desejo é contínuo e sem escalas
Mergulhos em mares e toco estrelas
Entre ouro e prata ,fico com a terra.