segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Caminhos



No corpo duas vidas
Renascer aos vinte e sete
Senhora debutãnte
Caminhos contrários aos ventos
Nasce o sol que traz a menina
A lua abraça o sonho perfeito
Sou sol e sou lua
Sou dona
Sou alma
Peito arde sem o ar da noite
A pele morre sem o calor do sol
Relógio de horas contrárias
Rasga a cortina do tempo
Linha que corta a carne e separa almas

Crua



Sinto fluir o gosto dos dias negados
Delimito o caminho das flexas
Devolvo o sal que queima a lingua
Faço minha coroa com meus próprios espinhos
Na ferida sinto o sangue quente
Olho fixo para o sol e a boca sorri
Defloro minhas virtudes fantasiadas
Arranco da pele arames coloridos
Me vejo crua e contemplo a cor da carne
Refaço sonhos ,mudo caminhos
Descubro o novo ângulo a cada queda
Feliz por ser humana
Reaprendo a nascer todos os dias...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aprendiz



Reverencio os cabelos de algodão
Caminhos mapeados por tuas linhas
Faz-me sentir a quentura do beijo doce
Vê através das cortinas a criança já crescida
Retomo o calor da casa
Barganho com o tempo

Cabe agora o segundo perfeito
Nele saboreia cada gota .
Perde-se corpo e ganha-se alma
Tens agora a doçura da tua infância
Se faz o gozo no olhar inocênte
Tecem sua estoria com perfeição
Sábios, oferecerem colo
Esquivando-se do arrogânte olhar
Dos frutos agora crescidos ...
.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Razões



Não questiono mais a chuva que cai
Arranco a roupa e banho toda a pele
Reconheço meu reflexo em tua íris
Teu grito derruba meu pudor e o corpo responde
Corpo fincado ao seu eternizam cada segundo

Escreve teu nome no branco da pele
O corpo cansado ainda tem fome
A boca pede mais.
Prende meus olhos nos seus para que não fujam
Força das mãos em meus cabelos
teu corpo sente o meu calor
E ele responde
Fiz-me Eva em tua pureza

Sentimos todas as estações
Tremores e calores se manifestam
O corpo fala e a alma sente paz
 
 

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pretexto



Busco entre linhas minha rota
Liberto meu corpo sem medo
Pensamentos livres
Criança liberta de conceitos

Nas mãos as chaves de todas as portas
Viajo entre mundos e sonhos
Não tenho sexo nem raça
Desenho arco-íris e mergulho
Tenho o mundo sem fronteiras
Minha nacionalidade é universal
O desejo é contínuo e sem escalas
Mergulhos em mares e toco estrelas
Entre ouro e prata ,fico com a terra.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Troca


O corpo cheio de vida paralisa
As folhas continuam a cair

Lamenta a primavera que ainda não terminou
Solitária espera, contra mão de vidas.
Chora por olhos fechados
Mas não percebe a alma presente
Frágil sabedoria
Teme seu corpo
Nega a troca

É preciso descalçar os pés
Sentir o barro
Fruto da mesma arvore,
Herdeiros dos mesmos pecados
Permanecemos nus.
Altares não escondem nossas cicatrizes

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Flores cortadas


As flores cortadas ainda perfumam a casa
Ainda somos seis
Fartura de vida e coversas tortas sem sentido
O fogão reclama a ausência de panelas grandes
Em bacias cheias, sobram laranjas
Deixaram de herança os primeiros fios brancos
Revelados em estórias deliciosas
Mãos enrugadas acariciam um a um
Faltam afagos
A boca se nega ,Teima e chama por todos
O sangue arranha as veias
O êlo quebrado dificulta o andar

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Estrela decadente



Sinto a falta do gosto da menta,
Na boca o gosto amargo da língua
A língua busca no céu tocar as estrelas
Olhos caçam em íris sua imagem
Não reconhece seu cheiro
Camufla a própria pele
E ela não se reconhece mais
Caminha pelo abismo do teu corpo e não encontra tua saída
Insensata busca,
Que teima tocar as estrelas
Inútil é seu esforço
Ilusória é sua beleza
Fria não aquece teu corpo

Perto demais ,seu brilho apaga .

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Alforria



Semelhante dor...

Vontades e desejos manifestados na mesma intensidade
Meu corpo manifesta todas as tuas reações
Sinto o mesmo frio que corta tua pele
Esbarro em tuas angustias e aflições
Olho em teus olhos e reconheço meus medos
Se ferir teu corpo, te dou meu sangue
Ele é compatível ao seu
Sou tua espécie e seu reflexo
Gerados no ventre "humano"
Enterrados no mesmo solo.

Nossos filhos sem tuas amarras, cresceram em harmonia
Alforrie teus conceitos
E liberte tua alma.

Desenvolvimento insustentável



Negociadores do bem comum, diplomados em vantagens mesquinhas
Denominam-se cuidadores, monopolisandando em causa própria.
Sofre a mãe, explorada em sua pureza.
Suas lágrimas agora ácidas queimam seus frutos.
Agoniza pela falta do ar em seus pulmões
Pobre Mãe!

São muitos os filhos e seu peito não produz tanto leite
Insiste em sobreviver pelos filhos que ainda não teve
Mãe de tolos que não percebem
Que sem ela não sobreviveram
Sua fonte acabará e sem ela sucumbiremos

sábado, 8 de agosto de 2009

Santo machismo



Costela cobra almas, injusta barganha.
Corpos cobrados não bastam
Querem sonhos, pensamentos e vida.

Mera criatura que cobra patente
Apropria-se do que jamais criou.

Buscam entre linhas tua pose indevida
Cavando ventos, buscando algemas.

Devolvo tua incômoda costela
Sonhos não cabem dentro dela
Ela delimita a esperança e perfura almas

Nego dever o que jamais pedi...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

fantasmas de carne



Corpos coberto por lençois ainda respiram
Cruéis,lhe oferecem um mundo quadriculado
Rostos desconhecidos e olhares que não são lidos
Escondem suas belezas , pisam em sua individualidade
Fantasmas de carne e sonhos.

A solidão cresce quando não se tem face
Não se reconhece o sorriso
Como é dolorosa a falta do "ser"
Perfeição camuflada ,humilhada pelo peso de mãos
Prisão com pés.

Por baixo da manta ardente ,sentimentos reprimidos
Perdemos sorrisos ,olhares que não se falam mais.
Loucos detentores da liberdade,protetores da conveniência
Escravos do medo ,
vazios roubam sonhos alheios

A "alma é mulher" e ela gera como ninguém ...
Tua luta findará, terminará teu sofrimento

Seu choro 'ainda" escondido, choramos então por vós...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Gavetas fechadas


Aglomerado de almas sozinhas e carentes
Corredores frios e duros carregam o peso de seu próprio caos.
Esmola ofertada por outro pedinte.
Dignidade esmagada por vontades egoístas
Mercenários de vida,
Contrabandistas do bem maior.
Parasitas em gabinetes de luxo
Entre egos,vadias e paletós.

Suas crias, não passam em túneis de morte.
Gemidos abafados por gavetas fechadas
Soterrados pela indiferença
sufocados pela ambição
Sorrisos cheios de "dentes” mastigam nossa carne.
Voam por cima de nossas cabeças,
Bebendo champanhe e rindo de nós.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Folha ao vento



Não quero mais o frio que tua falta traz
Cresci, sem teu braço ao meu redor
Transformei toda minha angústia em coragem
Tive tanto medo de te perder que nada temo agora.

Saboreio o gosto da minha própria carne
E não me contento mais com tua metade
Meus sonhos empurram meus pés e com ele vou
Caminho pelos desafios com pernas firmes

Ao seu lado não verá mais minha pesada sombra
Tua voz não ecoa mais em meus pensamentos
Fortalecida e segura,contemplo minha raíz
Teu sopro não me levará ao chão.

Não choro mais pela folha ao vento...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Fel


Verbos angustiados machucam
Delirantes perplexos e sós.
Minguados e egocêntricos
Camuflados na ignorância
Fingem não saber.
Suas palavras geradas em pedras
Agridem sua pele sensível.
Contesto seu contexto invejoso
Dou-te meu verbo em retorno
Toma meu verso em desgosto
De verbos faço ciranda
Engole teu fel e entra,
Experimentando a leveza do ser.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fonte Renovada



A pele não te chama mais
Aquece sem teu toque
Boca sente o gosto do novo
Corpo vive.
Mãos buscam caminhos
Percebem cada canto
Renovo minha vontade
Plena, controlo a língua.
Nela sugo a fome
Busco outra fonte
Corpo banhado de mel.
Ondas me rodeiam e grito
Vou com elas sem pudor
Escorrego na curva do corpo quente
No leme seguro me encaixo
Costas seguras por mãos firmes
Conduzo meu corpo.
A pela ainda quente
Recomeço a explorar...

Herói


Abortado pela terra,
Sua casa fica.
Carrega pesado fardo
Cabeça erguida esconde seus medos
Braços franzinos carregam estórias
Sede saciada por olhos
Extrai o que a terra negou
Enche o peito e anda.
Madrasta terra,
Nega teus filhos
Terra nova adota
Cava abrigos e nele mora.
Confia e finca raízes
Solo fértil planta sementes
Braços fortes colhem teus frutos
Traz no peito orgulho
Menino forte,
Herói do nosso lar.

Beatriz



Vento embalando energia
Coração chamava por ela
Corpo gerado pelo tempo
Fecundada pela esperança.
Seu nome traz alegria
Recompensada espera
Nela os sonhos reprimidos afloram
Pula em brancas nuvens
Brinca com as estrelas
Escorrega por arco-íris sem fim.
Desejo de vida
Expressos em cada sorriso
Voa Beatriz
Joga-se ao alto
Nos leva aos céus

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Oportunista


Covarde persegue alma
Mas ela se nega.
Parasita vive a sombra
Esperando que o corpo caia.
Risos enfraquecem tua origem obscura
Costura com linhas finas a liberdade
Oportunista espreita em esquinas escuras
Gota que espera transbordar o copo cheio
Nada constrói, incapaz.
Cai com a leve brisa de alegria
Contra você vida plena,
Meu abrigo esta seguro
Minha alma é solta.
Laços fortes sopram ar em meus pulmões
Meu corpo permanece intacto.

sábado, 25 de julho de 2009

Resíduo


Parceria com Natacia Araújo.


Não existe quem a ame
Violo a santidade de teu lar
Em meu corpo, sufoco o orgasmo de teu homem
Ele faz cócegas em meu útero
O que escorre de seu sexo é desmedidamente quente
Encaixa-se em mim sem pena
Eu o engulo, sugo, e tu, imaculada espera teu esposo

De meu ventre saíram seus filhos
Ao meu lado dorme todas as noites
É minha casa que chama de lar
Em meu peito que chora quando está triste
Dediquei minha vida e ele é grato a mim
Ele nunca foi teu
Te usa como quem não tem valor
Não te preserva, não se sente responsável por ti
Tola ,fútil não tem raízes nenhuma que o prenda

Abro bem meu beijo, tenho o retrato dele em meu quadril
Tua cama é morna, embriago tua natureza mal amada
Gostoso sentar na fervura de seus dedos, a boca dele olha-me sangrando
Em nossas íntimas brincadeiras coroam todos os seus gemidos
Ele senta-se no meu colo, ávido por nova mãe
Desfaleço, os bicos enrijecem, desnudo a alma
Ele morde-me cada vez mais fundo
Abre-me sem disfarces
Permaneço, minhas unhas em suas costas são inconsequentes

Realizei seu maior sonho ao dar-lhe teus filhos homens
Como ele queria ser pai
Acariciava minha barriga
Esses são momentos de felicidade real
Não desejos tolos e passageiros
Acha que não me procura em seu leito?
Engana-se, ele me quer como sua mulher
O que diz a você?

Feto podre!Desejo conflito!
Quero o órgão dele em minha boca suja
Um corpo acolchoado de falsas memórias
Adentrando as pernas
Minha criança me beija os seios
Desassossego de nossos gozos escondidos
A casa doente espera-te
Na tua cama abriga um morto que chora
As malas prontas, caladas. Consumamos, sabemos que gosto tem

Você passará, na superficialidade de teus desejos
Os méritos continuarão sendo meus
Sua casa continuará aqui
O amor está vívido
Ele jamais esquece seu lar
E eu estarei esperando toda noite em meu leito
Nos amaremos e não lembrará mais de você

Diálogo com a pureza
O veneno fica, em outra boca
Tenho um lençol quente
Transo e escondo minha dor
Sou vontade
Ela é paixão
Ele é covarde
Gozo por prazeres em instantes.

atiefreP dislexia


A alma não se prende a regras
Ignora totalmente suas normas e padrões
Não se envergonha e continua a expressar sua essência
Sentimento transpõe a escrita
Sem ela também falaria
Mãos falam mesmo fora dela
Suas mensagens sempre chegam
Antes tambores falavam em tribos
Ouvidos os liam perfeitamente
É pura à vontade de expressão.
Atravessa barreiras e avança
A felicidade se mantém ao passar adiante sua mensagem
Ela é sempre alcançada
Ventos levam pensamentos e desejos íntimos
Mensagem entendida com perfeição
Benditos leitores de "almas"
Ouvem tambores,Lêem mãos,sinais de fumaça...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Vaidade



Mentiroso é teu reflexo
Não vejo o que ele me mostra
Machuca meus olhos com tuas mentiras
Não me enganas com tua ilusão
Inimigo declarado você se tornou
Minha memória massageia meus desejos
Fico com ela.
Ela me mostra apenas o que quero ver
Não quero o que o tempo me presenteou
Ele nada me disse
Meus olhos não viram teu melhor
Não vi nada que do que tu fizeste por mim
Nada me lembro
Meus ouvidos escutaram apenas quando falavam sobre mim
Da beleza do jovem corpo
Troco teus momentos pelos meus
Dele me lembro e somente ele vejo em teu reflexo
O tempo nada me ensinou
Engana-se se pensas que me troco por ti
Permaneço em minhas ilusões

Violada



Toma-me como da primeira vez
Segura meu colo firme para que não fuja
Olhos que perseguem cada pedaço
Cola em minha boca tua fome
Respira-me
Leva minha pureza ainda mantida
Resgata o que já é seu
Transgrida-me e liberte sua loucura
Tira meu ar e alimente-se de meu corpo
Revele vontades insanas
Cave em meu poço tua água limpa
Chora em meu ventre
Renova-me e terás vida eterna
Transfusão de fluidos e desejos
Meu sangue flui em teus órgãos
Teu corpo não sobreviverá mais sem ele

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Identidade



Prisioneira do corpo sufoca
Conhece o mundo através de janelas postas
Grito abafado pela garganta quente
Teu templo ,tua prisão
Vontades reprimida pela indiferença
Limita-se
Seu corpo teme deixá-la sair
Covardia reprime o novo
Espaço subjulgado confortável
Para quem teme que ela voe
Seus anseios são grandes demais para um corpo tão frágil
Seu templo é guardado por muitos
Guardiões dos sonhos reprimidos
Liberdade pode causar danos ao templo
Ele não será mais tão admirado
Como ficariámos se ele muda-se
Somos acostumados a tê-lo ali
Imutável e ascesível
Teríamos que mudar para vermos sua beleza
Esforço demais
Amantes da inércia
Aprendam com sua leveza
mudem seus rumos e a sigam
Libertem -se e a deixe voar...

Estéril sorriso


Olhos que se prendem nas profundezas de um sorriso
Maldita boca que suga esperança e ternura
Esta desprovida de recursos próprios
Apropria-se do que jamais fora capaz de gerar
Estéril sorriso
Este não mostra a face escondida
Pintura feita por sangue
Boca que leva a abismos, contidos desejos.
Olhos por vezes cativos.
Até que eles percebem a pintura
O sangue escorre, não tem como negar...
Tolos olhos que ainda se compadecem
Chora com a boca que sangra
Olhos que choram por não observar,
que o sangue que escorre não é o da boca
Esta não é capaz de sangrar...
O sangue é de alguém
Que a boca fria continua a mastigar...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ventre vazio



Pego-me despida de afagos e sinto um frio adormecedor
No espelho vejo apenas uma imagem incompleta
O corpo agora mais leve, leve demais.
Procuro por vozes que gritam em um silêncio ensurdecedor
Falta-me alimento de vida e risos
Meu ventre dói
Braços que se abrem e abraçam ventos que cortam
Completo frases não ditas e paro.
No quarto em camas vazias, cubro corpos ausentes.
A luz continua acesa...
O sol se nega a ser sozinho
Espera por olhos para brilhar
Olhos que falam de ternura
Perfume que vem de cheiros próprios e suados.
Meu corpo não me pertence
Foi doado há tempos
Maravilhosa troca
Multiplicando partes de um
Meu ventre novamente os esperam
Meus braços continuarão abertos
A luz continuará acesa...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bendita cria


Olhos transmitem palavras e vidas passadas
Ainda te vejo através da tua cria
O amor nos presenteia até mesmo ao longe
Manda por tua representante teus conceitos e verdades
Com propriedade nos diz exatamente o que tu queres
Confia nela, pois esta é digna de ti.
Ela carrega tuas mensagens e as interpreta com exatidão
Sangue que chora em teus lábios
Verdades e vontades transmitidas
Determinação e amor, que só poderia vir de alguém tão especial quanto você.
Ela vem como fênix, com asas poderosas que nos carregam.
Sábia escolha...
O amor é a maior virtude de tua representante
Sua fidelidade ao puro nos comove
Filtra com sensibilidade tuas expectativas, demonstrando sabedoria.
Olhos de mel que carregam vida e se negam a se manter presa
Que maravilhosa representante de sentimentos nos deste de presente
Como crescemos com sua cria
Cria nascida do melhor de você
Esperada por todos como se soubéssemos que esta seria tua semente e tua porta voz
Nascida do amor mais puro e brilhante como um raio de esperança
Esperança que tu nos deixaste para continuar...
Ela trás teu melhor e nos ensina com tua simplicidade
Beleza que transcende a alma de quem com ela se depara
Ela nos conforta e nos alimenta, trazendo mais que mensagens de amor.
Nos trás também sua mais rica presença de ternura, sendo ainda melhor que você poderia imaginar.
Somos gratos por teu presente
Ela nos alimenta como sonhadores e amantes da vida
Nos ensinando que sempre vale a pena
Representante do amor e harmonia...
Linda semente que cresce por força própria e determinação
Semente gerada por amor e regada por saudades
Bendita cria tua, bendito amor teu.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Olhar de menino


Seu olhar era tímido, porém atento a tudo.
Não queria que nada mais fosse perdido
Tentando resgatar o que lhe fora tirado

Traços fortes de menino homem
Menino de infância contida
Muitas vezes sofrida e deixada para trás

Seu olhar perdido chamou sua atenção.
Sua força aparente escondia sua fragilidade
Já que sua voz forte disfarçava lábios trêmulos.

Menino homem com marcas profundas
Seus medos escondidos a sete chaves
Medo do feio, medo do belo e medo do jamais.

Queria aceitação, mas não ser comum.
Queria ser, mas também queria ter...

Ela percebera sua grandeza
Esta aparecia justamente quando ele lhe mostrava suas fraquezas

Ao não se achar belo, lindo se tornara.
“ Não sabia da beleza do seu sorriso”...

Era justamente quando se sentia pequeno
Que mostrava seu valor
Pois ao reconhecer franquezas
Tornava-se mais "humano"

Ao pedir colo, não sabia que carregava.
E este nos ensinava enquanto aprendia

Ao temer solidão não percebia
Que jamais esteve só
Braços lhe envolviam todo o tempo

Quando temia não ser amado
Era justamente aí , que o amor nascia

O menino agora se tornara homem
E assim se fez seu destino

E que ele possa então descobrir
Que para torna-se grande

O homem agora terá que aprender com o menino...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Equívoco


Nascemos puros como água que desce da montanha
Límpidos de alma e saudáveis de pensamentos
E tendo o corpo em total harmonia com o mundo e tudo que o cerca
Este nos alimentará de todo conhecimento necessário

E ao crescermos teremos tudo que necessitarmos:

A terra nos dará o que comer, bastando assim plantar algo.
Dos mares degustaremos não somente com a boca
Mas também com os olhos,
Quando nos deparamos com verdadeiros banquetes
Tamanha variação de cores e espécies

Dos Céus, dos céus...
Este nos leva a caminhos inimagináveis
Olhamos as estrelas e a lua e temos a mais bela pintura
E nos perdemos dentro dela, brincando com as estrelas e nos pendurando em ponta de luas minguantes.
Somos desde que nascemos senhores de um reino
E este se coloca a nossa mercê
Satisfazendo cada necessidade e capricho humano

E a partir daí então nos equivocamos...

Começamos a trocar nossos Céus estrelados
Por estrelas postas em portas, que nada dizem;
Nossos mares ricos de vidas e belezas, por tigelas de água suja de egos.
Buscamos sensações de liberdade dentro de caixas
Tentamos encontrar alegrias em coisas sem vida
Maquiando-as para que nos pareçam belas
Escondendo assim a palidez fria e feia da falta de alma

Trocamos a generosidade dada através da simplicidade de um dia de sol compartilhado,
Por egos massageados com a perda da dignidade alheia
E filosofamos como detentores do conhecimento
Este vindo de quem sequer sabe como chegara até aqui
Virando assim as costas para tudo que não nos reflete

E nos perdemos então...

E esquecendo assim o Vínculo com a simplicidade do “magnífico” que lhe fora presenteado
Buscando então a felicidade no superficial
Tendo então agora o olhar medíocre de quem espera encontrar a plenitude
Com céus estrelados e mares paradisíacos

Dentro de umbigos mágicos e purpurinados

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Base



E o elo se vez sem uma só palavra
Sentimos sede de presença e fome de sentimentos
E ao olhar rapidamente pode se pensar ser apenas um
Mas dentro de cada um, muitos se encontram.

Ao crescermos parecemos árvores
Mas lá do alto não se perde a visão periférica dos seus

Estes que nos sustentam
Suas raízes são nossas bases
E nelas nos apoiamos para irmos aos céus
Sentindo assim o vento nos balançar de um lado a outro
Vivendo sensações nunca antes sentidas

E atravessamos várias estações
Passamos por lindas épocas de flores
Sentimos o frescor do vento na noite quente
Ficamos sem brilho, sem folhas, sem atrativos
Sentimos o frio de invernos que pareciam não ter fim

Mas nossas raízes firmes e presentes
Ali permaneciam, segurando firme nosso tronco.
E assim fortalecendo cada vez mais nosso elo
Parceria de amor e troca

Troca esta feita a todo o momento
Sentidas quando raízes que enquanto sustentam, recebem o carinho do topo
E este lhe presenteia com chuvas de flores

E agora esta lhe dará sementes
E logo outra árvore ao lado crescerá
Com a ajuda de suas raízes, que também lhe sustentarão.

E assim o elo continuará
E esta descobrira também
Que sua força esta em manter
A visão periférica da arvore

Esta que sabiamente não esquece jamais de suas "raízes”...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Positivo



Como uma simples palavra é capaz de modificar para sempre uma vida
Positivo (derivado do latim tardio positivu) significa todo número real maior que zero
Mais Para quem abre um envelope contendo o resultado de um teste de gravidez
O significado desta palavra é muito maior que o qualquer definição.

Lembramos em filmes, em que mergulhadores fazem o sinal de “Positivo”, para dizer que esta tudo bem.

Em corridas, o piloto também mostrando que esta tudo em ordem ,sinaliza positivamente.
E em tantas outras situações que necessitam de uma resposta para um próximo passo
Ele é o termômetro, sinalizando se devemos continuar ou não.

E este agora sinaliza um novo passo e através dele mudanças inacreditáveis iriam acontecer
A partir dele sua vida será totalmente reformulada e reestruturada para esta nova fase.

Agora cada dia será a preparação de nada mais que o mais lindo projeto criado
E a cada mês uma virada de ciclo que se fecha, para balanço e avaliações.

E você sente o seu corpo sinalizando com força total que nele habita agora, um hóspede muito especial...
Este se manifesta a todo o momento interagindo com cada movimento seu, em perfeita harmonia e sincronismo.

É a mais perfeita parceria e a mais bela dança já realizada.
Agora com o corpo totalmente modificado e contradizendo a lei da física, dois corpos ocupam verdadeiramente o mesmo espaço.
E se faz o mais lindo diálogo sem palavras, o amor mais verdadeiro a quem você nem sequer fôra apresentado.

Que por ele e em nome dele morremos sem pestanejar.
Entregamos nosso corpo, nos tornando assim doadores ainda em vida pelo amor ao próximo.

E como crescemos e aprendemos mais o valor da vida, quando geramos uma.
Privilégio doar-se e ao fazê-lo somos presenteados com o tesouro maior.
E ao vermos pela primeira fez aquele ser simplesmente lindo e real
Entendemos o significado maior do respeito ao outro e que fazemos parte de um mesmo corpo
E que só crescemos ao ponto de “nascermos”, quando somos privilegiados também por doadores.

Mas estes não apenas de corpos, mais principalmente de generosidade...

Assim Positivamente encontraremos mudanças reais e palpáveis em nosso convívio, mais este agora com para com o outro.


Edina Regina Araújo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Novo mundo



E se descobre então que não se aprisiona o pensamento
E este é o começo de infinitas descobertas
Tirando assim as vendas do pensar
Caindo por terra limitações antes impostas


Essas feitas e amarradas
Pela fragilidade da visão medíocre
Por idéias capengas e retrógradas da intolerância
E pela comodidade da covardia

E se descobre um novo mundo
Nos tornando assim
Navegadores e conquistadores
Conquistadores agora de conhecimento

Mas este cheio de liberdade e aventuras
E aprendemos com o outro
Trocando algemas e cercas invisíveis
Por sede de vida e aprendizado

E mãos antes atrofiadas
Pela insegurança
transformam -se em ferramentas poderosas

E estas se tornam construtoras de sonhos
Transformando o vazio
Em barcos voadores
E livros cheios de aventuras

Nos levando a percorrer todos os caminhos
E derrubamos portas e paredes

E conhecemos por vozes antes nunca ouvidas
O canto de serias
Que nos levam como marujos a naufragar

Conhecemos o balanço de ritmos
Antes proibidos, pois era sabido
Que este libertava e carregava corpos
Nos tornando assim dançarinos mágicos
Que dançam por entre campos e aldeias

E assim ao descobrir a liberdade antes travada

Voamos enfim ...

Agora com asas seguras
Asas que são levadas pela força de ventos
Estes nos impulsionam a ir cada vez mais alto
Livres de pesos
Livres de preconceitos e amarras

Estas feita por quem tem medo de sonhar...

E Libertos vamos em frente
E agora o céu nos espera

E a vida aguarda ansiosa por novas conquistas...
Edina Regina Araújo

Passarinho


Bom mesmo é ser passarinho...

Que nem liga pro pensar
Vôa,vôa ,tão levinho
Nem da bola pro lugar

Não queria ser pavão

Não queria ser pavão....

Tão bonito tão pesado

Mas tadinho não voa , não sai do chão ...

Bom mesmo é ser passarinho
Poucos notam poucos vêem

É feliz ,contente e bregeiro

Ninguém quer o seu lugar


Bom mesmo é ser passarinho
Bom mesmo é ser passarinho...



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Redenção



E sua boca tremia como se o frio fosse consumi-lo
Olhos atentos a cada movimento
Contabilizavam suspiros e gemidos
Somando assim momentos de plenitude e cumplicidade

Seu cheiro sugava alma e consciência
Levando a entrega total
Mãos que seguravam corpos para que estes não se perdessem para sempre

E ao olhar fixamente nos olhos um do outro
Encontravam-se e tornavam -se um só

E se falavam por sentidos

Cheiros os excitavam e atraiam como feras
Olhares lhe mostravam almas
Bocas que sentiam o gosto do mais puro mel
Ouvidos que ouviam como músicas gemidos cada vez mais fortes
Mãos tocavam com maestria cada pedaço do corpo entregue

E depois a explosão

E nesta hora como corpos sem almas
Se jogam ao chão como sinal de redenção

E neste momento tudo para.
Olhos que se buscam
E sorrisos que sem perceber
Brotam em faces

Confirmando a maravilha da troca...

E ao tocar em mãos ainda suadas
E ao deitar em seu peito
Pode se perceber seu rítimo ainda acelerado
Mais um beijo terno agora tudo acalmava


E o cansaço agora toma conta de seus corpos
E eles então ficam ali deitados
Contemplando um ao outro
Cúmplices e plenos....

domingo, 7 de junho de 2009

Olhos aos Céus

Remover formatação da seleção
O sol acabara de nascer e Ana já pulava de sua cama.
Hoje teria aula de ciências, sua aula preferida.
Correu para tomar seu café da manhã.
Oba! Hoje teremos leite.
Este nem sempre aparece por aqui.
O dia estava lindo.
E do alto do morro dava para ver o Cristo
Este era o mais belo cenário do mundo
Éramos privilegiados, imaginem acordar e ver da varanda toda aquela beleza
E vermos ainda aquela imagem abençoando todos nós
Às vezes ficava por horas só admirando a paisagem...
Daqui do alto se fecharmos os olhos e esticarmos bem os braços conseguiremos tocar nas nuvens

Sim, verdade.

E só fechar bem os olhos e esticar bem o braço...

Já estava na hora ir,afinal hoje era o dia da aula mais esperada.

Começávamos então a descer o morro, rumo a escola.
A aula já tinha começado
Atrasada, não é dona Ana?
Dona Leonor era muito atenta aos alunos, ninguém chegava atrasado sem ela perceber...
Chega à hora do lanche.
Ou seria melhor dizer hora da bagunça.
Já que nem sempre tínhamos lanches
Não perdíamos tempo e íamos direto para as brincadeiras
E a aula então chegara ao final.
Agora era à volta para casa
A subida não era fácil, mas fazíamos dela uma escalada as montanhas.
Em filmes usavam mochilas também...
Éramos aventureiros escalando para chegarmos ao topo
E nosso grande prêmio era dado pelo próprio Cristo
Este nos daria a mais bela vista.

E íamos então empolgados com nossa escalada
Mas derrepente um som já conhecido...
E ouvíamos gritos por todo lado
E os gritos também foram abafados, por sons de tiros...
Corríamos, sem direção.
Nossa escalada fora interrompida
E esperávamos em cantos nos escondendo para não sermos vistos ou simplesmente atingidos

E esperamos...
Até que enfim tudo acabara.
Olhos fixados aos céus, não deixavam que olhássemos para nada.
Sabíamos que se olhássemos
Nossa infância se perderia
Nossos olhos jamais verião como antes a beleza da escalada ao monte
Ou jamais Conseguiríamos tocar em nuvens com olhos fechados
Então nos focamos no alto
E partimos em direção a ele
Olhos fixos e coração explodindo de tanto medo
Mas valeria a pena

E chegamos enfim ao topo
Escalamos como bravos
E ao chegamos enfim
E recebidos com abraços e afagos em casa
Parávamos para contemplar aquela vista
O cristo estava lá
E sentimos que conseguiríamos manter por mais um dia
Nosso olhar de criança
Este ainda não fora perdido...

E ficamos felizes em saber
Que teremos ainda mais uma vez o direito de escalar nossos montes.


Edina Regina Araújo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O primeiro emprego,ninguém esquece?




Era seu primeiro dia em seu primeiro emprego
Uma loja de roupas femininas.
Ela estava muito ansiosa e feliz.
Acordara cedinho para não correr riscos de atrasar nada
Tudo estava em perfeita ordem
Tomou café reforçado, afinal não saberia se sequer almoçaria.
Vendas todos sabem como é... Cada um por si e Deus por todos
Teria que disputar a unhas suas vendas
Seria uma loucura, mas estava confiante.

Já estava tudo planejado.
Entraria naquela loja certa que suas vendas serião maravilhosas.
Em pouco tempo estaria superando as cotas das mais antigas
Tem que se pensar grande.
Afinal tem espaço para todo mundo, todos têm seu lugar ao sol.

E começou assim a receber seus primeiros clientes
Com um sorriso largo e convidativo
Bom dia!
Pois não... Qualquer coisa estarei aqui para ajudá-la...
E assim foi durante toda a manhã, uma verdadeira correria.
Pronto era fato.
Era vendedora nata
E como as clientes vinham em sua direção
Esta tinha carisma.
Cristina Regina era seu nome

E horas passaram até que seu estômago começara a reclamar
Não teria jeito precisava comer algo
Só não poderia demorar
Afinal seu primeiro dia como vendedora, estava sendo um sucesso.

Mas era preciso afinal, saco vazio não para em pé.

Cristina resolveu parar e ir almoçar
Saiu toda prosa e se despedindo rapidamente de suas novas colegas de trabalho.
Saiu toda serelepe
Pensando vou engolir a comida para voltar logo
Afinal o dia estava só começando.
E eu não iria dar bobeira para ninguém pegar a minha vez

Engoliu a comida...Nem sentiu seu gosto
Cristina nunca comera tão rápido em sua vida

E voltou logo ao seu posto... A de vendedora mais bem sucedida do dia
E recomeçou:

Boa tarde!
Qualquer coisa, meu nome é Cristina é só me chamar.
Mas ao se aproximar dos clientes, Cristina percebera que vendedoras vinham em sua direção tomando assim seus clientes.

Não era possível
Estava enganada.

Sabia que era uma guerra, mais não precisa ser tão declarada assim.
Percebendo então, que toda vez que se aproximava de suas clientes vinha alguém.
Na cara dura mesmo
Ha não! Agora já estava demais.
Não havia ética?
Que abuso!
Agora estão roubando meus clientes
Isso não iria ficar assim
Foi quando Cristina resolveu chamar a gerente
Alguém teria que fazer algo.
Agora passaram dos limites.

Foi quando ao se encaminhar para o fundo da loja
Algo chamou sua atenção
Nossa esta loja esta diferente...
As pessoas também...
As roupas e vitrines tudo mudado


Foi quando enfim Cristina percebeu.
Que ao voltar correndo do seu almoço
Em sua ânsia de novas vendas

Cristina Regina estava até agora

Lutando bravamente para fazer suas vendas

Só que na loja errada...

PIMENTINHA


Nunca se viu nada igual
Era timidez ou explosão

Como diriam nossos pais...

Sua malandragem era carioca
E esta pisava sem barulho por folhas secas
Fez Tom inventar tons e mudar rimas

Ao ser atingido bem no peito
Milton renasceu.
Saindo assim atrás da porta e encarando a beleza do desconhecido

Não havia como negar
Ela engolia vida e sobrava esperança
Foi menina que virou rainha
Estrela que queria ser lua
E deitava e rolava por entre nuvens


Pimentinha de sonhos lindos e voz abençoada
Levada, louca e plena.
Foi um “Arrastão” que te tirou de casa
Para jamais conseguir voltar

Foi ventania que se fez ao girar braços fortes
Empurrando-te para o alto e tirando seus pés do chão

Voa pimentinha

Canta agora em prosas e versos
Aqui temos tuas sementes
Regadas com Águas de Março

Brotando com sopros teu.

Máquina do tempo


O que mudaríamos se tivéssemos cada um sua própria maquina do tempo?
Já imaginou poder voltar justamente na hora em que você conheceria alguém, que seria o pai de seus filhos.
Ou ter o poder de impedir uma grande perda em sua família, evitando dores e até tragédia.
Poderíamos escolher em termos menos ou quem sabe mais filhos.

Anularíamos nosso voto
Ou quem sabe engajaríamos a favor de algum
Jamais teríamos começado a fumar ou a beber
Teríamos dedicado mais tempo a nós mesmos
Ou quem sabe mais aos outros

Jamais teríamos começado a comer chocolates...


Faríamos mais amigos.

Passaríamos mais tempo alisando nossa barriga
A se pudéssemos imaginar como sentiríamos falta daquela barriga

Se pudéssemos voltar.
Quantos cheiros mais daríamos em nossos bebês

Respeitaríamos os conselhos de médicos que diziam:
Comam menos
Porque depois...

Teríamos ido mais vezes ao berço ver nossos filhotes sonhando e sorrindo

Teríamos talvez brincado mais enquanto crianças
Tomaríamos mais banhos de chuva
Correríamos descalço mais vezes

Afinal o que mudaríamos em nossas vidas?

A maquina poderia tudo mudar, estávamos novamente lá.
Revivemos então todos os momentos

Pronto, temos o poder de mudar cada um deles.

E agora você pensa...

Seus filhos seriam outros caso você mudasse o Pai


Seu voto foi seu desejo de mudança e fé.

Cada experiência nos deu frutos
Se sofremos
Foi a partir dai que nos amamos mais
Se nos decepcionamos
Foi para valorizarmos mais aqueles que nos amam

Afinal se de fato tivéssemos tal poder
Perderíamos a nossa ingenuidade
E perderíamos nossa capacidade de improviso e de reconstrução

E dentro da tal maquina observamos
E é ai que nos sentimos apaixonados novamente
Quando nos deparamos com cada momento

Saudades
Risos
Ternura
Vergonha
Raiva
Medo
Dores
Prazeres

Até que enfim descobrimos que tudo contribuiu
Para sermos quem somos hoje
È quando se percebe com olhos cheios de lágrimas e contemplação

Que mesmo com tal poder

Você não mudaria absolutamente nada...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Linha Tênue



Os gritos não se ouvem, pois os ouvidos não estão aptos a ouvi-los.
Da forma simples, não se nota o desenho.
E nada fala a mente dormente de quem tudo sabe.
Do vazio... De fato nada se vê?

E começamos novamente ao velho descaso, a mesma indiferença.
Até que enfim...Tudo se apaga.
E voltamos imponentes e começamos rapidamente a lustrar nossa armadura, ignorar semelhanças.
Sabemos que fomos lá...

Mas na falta de coragem optamos por voltar.
E ao transpor a linha, gritos antes abafados chegarão aos nossos ouvidos.
E desenhos que jamais foram vistos serão obras - primas e explodirão em cores diante de nossos olhos.
E nada será como antes...

Descobriremos que somos capazes de sentir cores e enxergar sentimentos.
Seremos capazes de falar com o toque e andar entre mundos.
Saberemos a maravilha em estar todos em hamonia.
Pelo simples fato de não negarmos que somos todos capazes de falarmos a mesma língua, somos todos capazes de pular a mesma linha.

E caso alguém decida ficar...Lhe diremos baixinho...
Sabe... Eu também não queria voltar.

Relíquia



Seu cabelo era tão negro que parecia ser pintado pela noite
E o sorriso era tão branco que lembravam estrelas.
Formando -se assim a visão da mais bela noite estrelada.

Era tudo tão diferente nela, sua gargalhada convidava para a festa.
E sem perceber fazíamos parte dela.

Frida?

Sim Frida.
Era este o nome, seu som era um vento forte.
Este soprava frenético nos embalando em um ritmo contagiante
Como imaginar que aquela menina linda e cativante
Seria capaz de transformar simples dias

“NOS MELHORES DIAS”

Era mais um dia especial.
Planos traçados para a grande aventura
Pelo menos duas vezes vamos ter que assistir...
Afinal não era qualquer um
Era PATRICK
Este estava em sonhos de dez em cada dez

De duas passaram a cinco
E cinco transformaram duas

Naquele dia o sol convidava a vida
O calor nos motivava ainda mais as bagunças sem fim
As idéias brotavam como flores na primavera
Era o nosso jardim, nosso mundo.
E nos orgulhávamos a cada flor que brotava dele

Lembramos da piscina
Nosso lago agora
E nele entraríamos para um lindo mergulho
E nos despimos então e pulamos
Sim mergulhamos em uma linda lagoa
E esta era AZUL, e nadamos por horas seguidas.
Já era hora de ir
Afinal era uma longa viagem de volta

Quantas viagens longínquas.

Fomos atrizes principais
Mergulhadoras da LAGOA AZUL.
Feiticeiras.
Dines e amos.
TRILLER, era a nossa musica.
Ninguém ousaria a dançá-la

Andávamos de bicicleta uma carregando a outra
Com a coragem e Ousadia dignas de “AMAZONAS”

Sim de braços abertos sem segurar...
Coragem era nosso lema.

Menina dos cabelos pintados pela noite

Desbravadora de lagoas
Arrebatadora de sorrisos e afagos
.
A você minhas melhores "aventuras”
Infância preservada
Tenho-te comigo sempre.



Só me basta parar e olhar para um lindo e aconchegante Céu estrelado

Antagonista


Na busca constante da “felicidade”
Fazemos de um tudo.
E como existem teorias sobre ela...Tantas fórmulas prontas
Seria tão bom
Hoje! ”Promoção de FELICIDADE”
Pague uma e leve duas.
Muitas vezes buscamos encontrá-la através de inspirações ou reencarnações
Afinal quem não gostaria de continuar?
Mesmo em outra vida.
Perdê-la jamais!

E como transferimos a responsabilidade de alcançá-la
Culpamos na cara dura o outro por termos ou não a tal “FELICIDADE”
Afinal se não fosse Fulano...

Idealizamos uma felicidade e como alcançá-la
Do mesmo jeito que planejamos a compra de um carro
Primeiro Escolho o modelo, forma de pagamento, prestações...
E claro, se não conseguirmos pagar...Fazer o quê?
TODO MUNDO DEVE...Fato.

Alguns buscam encontrá-la a qualquer preço
Qualquer preço?
Ela pode estar ao alcance de suas mãos
Mãos, pés ,dedos, bocas, peitos...
Afinal o valor da felicidade depende do Freguês

É quase uma corrida do ouro.
Nos focamos tanto em achá-la
E saímos cavando buracos, destruindo o belo.
Sim o belo
Já houve beleza em Serra Pelada

Na verdade esta busca será uma constante na vida de cada um.
Será esta a grande questão?
Afinal o grande barato da felicidade é simplesmente desejá-la?
Será que se alcançada seremos plenos então?

Ou na verdade ela nos escapa por entre dedos a todo o momento,
Justamente por sermos ainda despreparados
Sem saber seu real valor
Como criança que deseja um brinquedo
Mais que TUDO NO MUNDO
Quando consegue tê-lo, logo cansa.

Às vezes é termos a impressão que ao nos depararmos com Ela
Vamos justamente na direção contrária.
E passamos horas ao seu lado
Mais tolos nem notamos
Ela se mostrava o todo tempo.
Mas era com pequenos e sutis momentos
Sutil demais?
Porque geralmente olhamos na direção errada

Então continuamos...

.
Até quem sabe um dia...
Finalmente estejamos preparados para encontrá-la ou finalmente reconhecê-la.


Edina Regina Araújo.

Encontro marcado


Cada momento era um encontro surpreendente
Como tudo acontecia de um jeito único, cada descoberta era renascimento.
E Como entender uma sintonia assim
Como era possível?
Afinal eram momentos diferentes e vidas separadas
Mas estas se encontravam sempre.
Era como encontro de namorados com hora e dia marcado.
Mas este feito pelo destino
Este sim brincava junto com elas e embalava toda a junção de astros, ciclos e vida.
Mágica? Regressão? Dejavú?

Olhos se encontravam e a todo o momento riam de si mesmos
Os risos simbolizavam LIBERDADE...
E como é boa a liberdade do sentir
E ficavam a contemplar a beleza do dia.
As alegrias e carinhos recíprocos formaram laços e não nós
E se fez pacto, mais este era feito com sangue colorido.
E como elas se completavam...

E em momentos mais loucos se transportavam.
E elas viviam então o privilégio da troca de almas
Voltavam então melhores e mais plenas a cada troca
Algo aconteceu naquela manhã de abril
Ela precisava desesperadamente ir
Não entendia o Por que?

Foi quando elas se olharam pela primeira vez
Quando se tocaram e sentiram toda a ternura do toque
E foi ai que a pequena lhe sorriu
E como era lindo o seu sorriso
E este ao abrir-se de canto a canto lhe disse...
Pronto...Finalmente achei você...
( Esse texto é homenagem ao maior de todos os presentes...O amor incondicional...À você Natacia,presente que Deus me deu, filha ,amiga e sobrinha )

Baú dos nossos


E como corríamos pela rua
Por vezes nos escondíamos atrás de morros de areia
Haviam muitos deles por toda a rua principal.
Era o progresso.
Ele finalmente começava a chegar
E fazíamos desses morros nossos castelos e ganhávamos cidades inteiras por batalhas travadas
Nosso elo ia além do sangue
Mas este gritava sempre.
Já que a cada batalha travada, medalhas eram postas em joelhos reluzentes...
O poeta menino rapidamente corria ao resgate
Salvando assim seu soldado e companheira de batalhas

Ele era o comandante e se colocava à frente sempre
Mesmo com tropas tão rebeldes.
E logo elas aconteciam, rebeliões e insubordinações, quantas delas.
Para desespero de seu comandante

Mas tudo logo acalmava.
Pois era quando chegava a melhor hora do dia
Este sim era o melhor de todos os tesouros jamais conquistados em batalhas.

Era a hora do lanche da tarde...

O cheiro de pão fresco nos levava como lobos a caça
Havia cumplicidade total nesta hora
Os olhos que se cruzavam e concordavam
Este sem dúvidas era o momento mais esperado

Mas ainda era o começo
Tantas aventuras ainda os esperavam
E recomeçavam então a planejar novas conquistas e guerras sem fim...
O mundo ainda nem os conhecia
Quanto ainda por fazer

E assim eles cresciam
E mudaram então o cenário, as ruas agora lisas e cheias de carros.
Passos apressados, barulhos e as horas que apressam e empurram.
Derrubando assim nossos castelos

Passaram -se alguns anos
E o poeta deixou de ser menino
E a menina deixou de ser soldado
Mas dentro de salas e baús lotados de lembranças queridas
Ainda se imaginam nos morros e nas batalhas
Estas travadas com toda garra de soldados prontos a novas conquistas
Esperando sempre pelo maior de todos os tesouros

Este aparecia sempre ao final da tarde
Era quando uma voz gritava ao longe:

'CRIANÇAS O LANCHE ESTA NA MESA "


Edina Regina Araujo.