quinta-feira, 30 de julho de 2009

Fel


Verbos angustiados machucam
Delirantes perplexos e sós.
Minguados e egocêntricos
Camuflados na ignorância
Fingem não saber.
Suas palavras geradas em pedras
Agridem sua pele sensível.
Contesto seu contexto invejoso
Dou-te meu verbo em retorno
Toma meu verso em desgosto
De verbos faço ciranda
Engole teu fel e entra,
Experimentando a leveza do ser.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fonte Renovada



A pele não te chama mais
Aquece sem teu toque
Boca sente o gosto do novo
Corpo vive.
Mãos buscam caminhos
Percebem cada canto
Renovo minha vontade
Plena, controlo a língua.
Nela sugo a fome
Busco outra fonte
Corpo banhado de mel.
Ondas me rodeiam e grito
Vou com elas sem pudor
Escorrego na curva do corpo quente
No leme seguro me encaixo
Costas seguras por mãos firmes
Conduzo meu corpo.
A pela ainda quente
Recomeço a explorar...

Herói


Abortado pela terra,
Sua casa fica.
Carrega pesado fardo
Cabeça erguida esconde seus medos
Braços franzinos carregam estórias
Sede saciada por olhos
Extrai o que a terra negou
Enche o peito e anda.
Madrasta terra,
Nega teus filhos
Terra nova adota
Cava abrigos e nele mora.
Confia e finca raízes
Solo fértil planta sementes
Braços fortes colhem teus frutos
Traz no peito orgulho
Menino forte,
Herói do nosso lar.

Beatriz



Vento embalando energia
Coração chamava por ela
Corpo gerado pelo tempo
Fecundada pela esperança.
Seu nome traz alegria
Recompensada espera
Nela os sonhos reprimidos afloram
Pula em brancas nuvens
Brinca com as estrelas
Escorrega por arco-íris sem fim.
Desejo de vida
Expressos em cada sorriso
Voa Beatriz
Joga-se ao alto
Nos leva aos céus

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Oportunista


Covarde persegue alma
Mas ela se nega.
Parasita vive a sombra
Esperando que o corpo caia.
Risos enfraquecem tua origem obscura
Costura com linhas finas a liberdade
Oportunista espreita em esquinas escuras
Gota que espera transbordar o copo cheio
Nada constrói, incapaz.
Cai com a leve brisa de alegria
Contra você vida plena,
Meu abrigo esta seguro
Minha alma é solta.
Laços fortes sopram ar em meus pulmões
Meu corpo permanece intacto.

sábado, 25 de julho de 2009

Resíduo


Parceria com Natacia Araújo.


Não existe quem a ame
Violo a santidade de teu lar
Em meu corpo, sufoco o orgasmo de teu homem
Ele faz cócegas em meu útero
O que escorre de seu sexo é desmedidamente quente
Encaixa-se em mim sem pena
Eu o engulo, sugo, e tu, imaculada espera teu esposo

De meu ventre saíram seus filhos
Ao meu lado dorme todas as noites
É minha casa que chama de lar
Em meu peito que chora quando está triste
Dediquei minha vida e ele é grato a mim
Ele nunca foi teu
Te usa como quem não tem valor
Não te preserva, não se sente responsável por ti
Tola ,fútil não tem raízes nenhuma que o prenda

Abro bem meu beijo, tenho o retrato dele em meu quadril
Tua cama é morna, embriago tua natureza mal amada
Gostoso sentar na fervura de seus dedos, a boca dele olha-me sangrando
Em nossas íntimas brincadeiras coroam todos os seus gemidos
Ele senta-se no meu colo, ávido por nova mãe
Desfaleço, os bicos enrijecem, desnudo a alma
Ele morde-me cada vez mais fundo
Abre-me sem disfarces
Permaneço, minhas unhas em suas costas são inconsequentes

Realizei seu maior sonho ao dar-lhe teus filhos homens
Como ele queria ser pai
Acariciava minha barriga
Esses são momentos de felicidade real
Não desejos tolos e passageiros
Acha que não me procura em seu leito?
Engana-se, ele me quer como sua mulher
O que diz a você?

Feto podre!Desejo conflito!
Quero o órgão dele em minha boca suja
Um corpo acolchoado de falsas memórias
Adentrando as pernas
Minha criança me beija os seios
Desassossego de nossos gozos escondidos
A casa doente espera-te
Na tua cama abriga um morto que chora
As malas prontas, caladas. Consumamos, sabemos que gosto tem

Você passará, na superficialidade de teus desejos
Os méritos continuarão sendo meus
Sua casa continuará aqui
O amor está vívido
Ele jamais esquece seu lar
E eu estarei esperando toda noite em meu leito
Nos amaremos e não lembrará mais de você

Diálogo com a pureza
O veneno fica, em outra boca
Tenho um lençol quente
Transo e escondo minha dor
Sou vontade
Ela é paixão
Ele é covarde
Gozo por prazeres em instantes.

atiefreP dislexia


A alma não se prende a regras
Ignora totalmente suas normas e padrões
Não se envergonha e continua a expressar sua essência
Sentimento transpõe a escrita
Sem ela também falaria
Mãos falam mesmo fora dela
Suas mensagens sempre chegam
Antes tambores falavam em tribos
Ouvidos os liam perfeitamente
É pura à vontade de expressão.
Atravessa barreiras e avança
A felicidade se mantém ao passar adiante sua mensagem
Ela é sempre alcançada
Ventos levam pensamentos e desejos íntimos
Mensagem entendida com perfeição
Benditos leitores de "almas"
Ouvem tambores,Lêem mãos,sinais de fumaça...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Vaidade



Mentiroso é teu reflexo
Não vejo o que ele me mostra
Machuca meus olhos com tuas mentiras
Não me enganas com tua ilusão
Inimigo declarado você se tornou
Minha memória massageia meus desejos
Fico com ela.
Ela me mostra apenas o que quero ver
Não quero o que o tempo me presenteou
Ele nada me disse
Meus olhos não viram teu melhor
Não vi nada que do que tu fizeste por mim
Nada me lembro
Meus ouvidos escutaram apenas quando falavam sobre mim
Da beleza do jovem corpo
Troco teus momentos pelos meus
Dele me lembro e somente ele vejo em teu reflexo
O tempo nada me ensinou
Engana-se se pensas que me troco por ti
Permaneço em minhas ilusões

Violada



Toma-me como da primeira vez
Segura meu colo firme para que não fuja
Olhos que perseguem cada pedaço
Cola em minha boca tua fome
Respira-me
Leva minha pureza ainda mantida
Resgata o que já é seu
Transgrida-me e liberte sua loucura
Tira meu ar e alimente-se de meu corpo
Revele vontades insanas
Cave em meu poço tua água limpa
Chora em meu ventre
Renova-me e terás vida eterna
Transfusão de fluidos e desejos
Meu sangue flui em teus órgãos
Teu corpo não sobreviverá mais sem ele

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Identidade



Prisioneira do corpo sufoca
Conhece o mundo através de janelas postas
Grito abafado pela garganta quente
Teu templo ,tua prisão
Vontades reprimida pela indiferença
Limita-se
Seu corpo teme deixá-la sair
Covardia reprime o novo
Espaço subjulgado confortável
Para quem teme que ela voe
Seus anseios são grandes demais para um corpo tão frágil
Seu templo é guardado por muitos
Guardiões dos sonhos reprimidos
Liberdade pode causar danos ao templo
Ele não será mais tão admirado
Como ficariámos se ele muda-se
Somos acostumados a tê-lo ali
Imutável e ascesível
Teríamos que mudar para vermos sua beleza
Esforço demais
Amantes da inércia
Aprendam com sua leveza
mudem seus rumos e a sigam
Libertem -se e a deixe voar...

Estéril sorriso


Olhos que se prendem nas profundezas de um sorriso
Maldita boca que suga esperança e ternura
Esta desprovida de recursos próprios
Apropria-se do que jamais fora capaz de gerar
Estéril sorriso
Este não mostra a face escondida
Pintura feita por sangue
Boca que leva a abismos, contidos desejos.
Olhos por vezes cativos.
Até que eles percebem a pintura
O sangue escorre, não tem como negar...
Tolos olhos que ainda se compadecem
Chora com a boca que sangra
Olhos que choram por não observar,
que o sangue que escorre não é o da boca
Esta não é capaz de sangrar...
O sangue é de alguém
Que a boca fria continua a mastigar...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ventre vazio



Pego-me despida de afagos e sinto um frio adormecedor
No espelho vejo apenas uma imagem incompleta
O corpo agora mais leve, leve demais.
Procuro por vozes que gritam em um silêncio ensurdecedor
Falta-me alimento de vida e risos
Meu ventre dói
Braços que se abrem e abraçam ventos que cortam
Completo frases não ditas e paro.
No quarto em camas vazias, cubro corpos ausentes.
A luz continua acesa...
O sol se nega a ser sozinho
Espera por olhos para brilhar
Olhos que falam de ternura
Perfume que vem de cheiros próprios e suados.
Meu corpo não me pertence
Foi doado há tempos
Maravilhosa troca
Multiplicando partes de um
Meu ventre novamente os esperam
Meus braços continuarão abertos
A luz continuará acesa...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bendita cria


Olhos transmitem palavras e vidas passadas
Ainda te vejo através da tua cria
O amor nos presenteia até mesmo ao longe
Manda por tua representante teus conceitos e verdades
Com propriedade nos diz exatamente o que tu queres
Confia nela, pois esta é digna de ti.
Ela carrega tuas mensagens e as interpreta com exatidão
Sangue que chora em teus lábios
Verdades e vontades transmitidas
Determinação e amor, que só poderia vir de alguém tão especial quanto você.
Ela vem como fênix, com asas poderosas que nos carregam.
Sábia escolha...
O amor é a maior virtude de tua representante
Sua fidelidade ao puro nos comove
Filtra com sensibilidade tuas expectativas, demonstrando sabedoria.
Olhos de mel que carregam vida e se negam a se manter presa
Que maravilhosa representante de sentimentos nos deste de presente
Como crescemos com sua cria
Cria nascida do melhor de você
Esperada por todos como se soubéssemos que esta seria tua semente e tua porta voz
Nascida do amor mais puro e brilhante como um raio de esperança
Esperança que tu nos deixaste para continuar...
Ela trás teu melhor e nos ensina com tua simplicidade
Beleza que transcende a alma de quem com ela se depara
Ela nos conforta e nos alimenta, trazendo mais que mensagens de amor.
Nos trás também sua mais rica presença de ternura, sendo ainda melhor que você poderia imaginar.
Somos gratos por teu presente
Ela nos alimenta como sonhadores e amantes da vida
Nos ensinando que sempre vale a pena
Representante do amor e harmonia...
Linda semente que cresce por força própria e determinação
Semente gerada por amor e regada por saudades
Bendita cria tua, bendito amor teu.